Capa Desejos Ocultos

A ideia pode ter sido boa, mas Desejos Ocultos é chato de assistir. Os diálogos são desinteressantes e o andamento é de uma lentidão que torna o filme insuportável.

A intenção de incluir crítica social com a despedida dos empregados da casa, sob o argumento de que os patrões podem fazer tudo sozinhos, e o velho dilema entre o Criador e a Criatura se perdem num roteiro arrastado e monótono.

Desejos Ocultos é chato de assistir

James (Drew Van Acker) é um jovem que herda a empresa que era dirigida pelo pai falecido e se muda para uma nova casa junto com sua esposa Sophie (Addison Timlin).

É ela quem manda embora todos os empregados, após reagir, de forma ríspida, à insistência de uma das empregadas em lhe oferecer os serviços para os quais era contratada, por mais que insistisse que essa era a sua função.

Desejos ocultos é chato de assistir e a personagem também é chata

Surge então a ideia de adquirir um robô (Henry), interpretado por Steven Strait. A aparência dele é de um humano e Sophie passa a se sentir atraída por ele, provocando ciúmes em James.

E também James, que se mostra incompetente em dirigir a empresa, passa a ter uma relação de proximidade com o mesmo robô que o incomodava por, supostamente, estar tentando seduzir Sophie.

Numa época em que a Inteligência Artificial se expande em ritmo francamente impressionante, a narrativa tem, entre outros objetivos, o de levantar o velho dilema sobre se os robôs podem acabar se humanizando e dominando seus criadores.

Diálogos mais consistentes e um conteúdo desenvolvido de forma mais dinâmica poderia ter transformado o filme em algo suportável ou mesmo interessante, por se tratar de uma temática francamente presente nos dias atuais.

Desejos Ocultos entre o personagem e o robô

Não restou nada a fazer ao diretor estreante, Josh Janowicz, para tornar mais convincente o seu próprio roteiro. Em resumo: tudo começou mal e Desejos Ocultos é chato de assistir do início ao fim.

A propósito, sem pretender dar spoiler, chegam a ser até mesmo francamente despropositadas ou beirando ao ridículo as cenas finais dos dois personagens diante do destino do robô humanoide.

Não seria demasiado acrescentar: os filmes apresentados nos canais de streaming têm sido decepcionantes, em sua grande maioria.

Raríssimas são as produções dignas de serem assistidas, excetuando-se algumas criações de produtoras independentes, fora do circuito hollywoodiano, que dá mostras de esgotamento já há um bom tempo.

Sobre o Autor

Gerson Menezes
Gerson Menezes

O objetivo do Autor não é o de concentrar-se na linguagem rebuscada do tecnicismo cinematográfico, mas de apresentar o que há de melhor (ou de pior) na filmografia nacional e internacional, e concentrar-se no perfil dos personagens. As análises serão sempre permeadas pela vertente do humanismo, que, segundo o Autor, é o que mais falta faz ao mundo em que violência e guerra acabam compondo o cenário tanto dos filmes como da realidade de inúmeros países, entre os quais o Brasil.

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