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Entre o México e os Estados Unidos, A Fronteira é a porta do inferno para quem tenta passar. O drama retrata a tragédia que espera os imigrantes quando se veem atraídos pelo sonho americano.

A Fronteira é a porta do inferno

A norte-americana Sofie Talbert (Sharon Stone) está envolvida com seu trabalho como jornalista, quando tenta falar por celular com seu irmão, que não atende as seguidas ligações.

As pistas a levam a descobrir que o último paradeiro do irmão foi a fronteira entre México e Estados Unidos, onde ele estaria fazendo um trabalho comunitário.

A Fronteira é a porta do inferno comandado por quadrilhas

A Fronteira é a porta do inferno, comandado por quadrilhas

Enfrentando todos os riscos, inclusive de ser assassinada, Sofie decide procurar, obstinadamente, o irmão. E vai até a fronteira, a porta do inferno para os imigrantes, sujeitos a todas as maldades, abusos e roubos praticados pelos chamados coiotes.

O irmão desaparecido, Aaron, havia desagradado a verdadeira quadrilha que explora os imigrantes. Isto porque seu trabalho consistia exatamente em ajudar os refugiados que tentam atravessar a fronteira entre o México e os Estados Unidos.

A Fronteira é uma produção de baixo custo

É impossível saber em quem confiar

Produção de baixos recursos, A Fronteira mostra o lado pior de tudo o que já se sabe sobre os horrores enfrentados pelos que tentam ultrapassar a vigiada fronteira para entrar ilegalmente nos Estados Unidos.

Muito ao contrário de sua imagem de sex symbol, em filmes como Instinto Selvagem e Invasão de Privacidade, a ex-loura agora aparece de cabelos pretos e com feição muito diferente daquela dos tempos áureos, quando era ainda jovem.

Sharon Stone não é mais a mesma

Não poderia ser diferente: a musa dos anos 1990 agora é uma sessentona que, de qualquer modo, continua emprestando seu nome para alavancar filmes da chamada série B.

Como a produção é de 2013, ela ainda estava com 55 anos quando produziu e atuou em A Fronteira, mas a fisionomia já mostra as marcas da passagem do tempo.

Obviamente, sua atuação, desta vez, está muito distante da época em que podia fazer papeis destacadamente sensuais. O que não é nenhum demérito, pois o tempo passa para todo mundo.

A Fronteira também é a porta do inferno para a personagem principal

Críticas equivocadas ao desempenho de Sharon Stone

O roteiro também é completamente diferente, é óbvio, dos antigos enredos. Mesmo assim, houve quem criticasse a interpretação de Sharon Stone, pelas suas expressões de raiva e de indignação diante da insensibilidade, e mesmo da indiferença, das autoridades norte-americana da imigração, diante do sofrimento dos que tentam atravessar a fronteira.

Aparentemente, na visão dos que a criticam, é como se ela tivesse que sorrir ao constatar a cruel realidade dos que têm que abandonar seus países em busca de mínimas condições de sobrevivência.

casais são vítimas de violência

Casais iludidos são vítimas da violência com seus filhos

São, muitas vezes, casais com mulheres grávidas, ou com os filhos ainda muito pequenos. Ou, ainda, meninas que ficam sujeitas a todo tipo de abuso sexual.

O filme mostra a ação criminosa das quadrilhas, que acabam empurrando drogas no organismo dos imigrantes, para que não consigam sobreviver durante a travessia.

Mesmo não tendo o perfil dos filmes que alcançam grande sucesso nos tempos atuais, A Fronteira, com uma sequência interminável de cenas das atrocidades praticadas pelos criminosos, que se valem da miséria vivida pelos que alimentam o sonho americano, acaba trazendo à tona um problema que ainda é uma amarga realidade nos dias atuais.

Meninas jovens sofrem abusos

A Fronteira é a porta do inferno que escancara o lado cruel do sonho americano

A Fronteira, que pode significar a porta do inferno para muitos dos que tentam entrar nos EUA, serve para lembrar que a miséria e as guerras continuam, desgraçadamente, produzindo fileiras intermináveis de refugiados expulsos dos seus países de origem, com filhos pequenos, que não têm sequer onde dormir e o que comer.

O filme não pode ser visto, certamente, como diversão, no caso de A Fronteira. E não há cenas agradáveis de se ver. Mas retrata a realidade (até nas críticas que tem recebido) da insensibilidade das correntes retrógradas, que rejeitam mudanças, mesmo conhecedoras da miséria humana e do complexo e amargo drama social que se multiplica em muitos países. Mesmo em pleno século XXI.



A Fronteira (The Mule)

Produção norte-americana de 2013

No catálogo da Paramount Pictures

Roteiro: Amy Kolquist e Don Fiebiger

Direção: Gabriela Tagliavini

No elenco:

No elenco de A Fronteira

Sobre o Autor

Gerson Menezes
Gerson Menezes

O objetivo do Autor não é o de concentrar-se na linguagem rebuscada do tecnicismo cinematográfico, mas de apresentar o que há de melhor (ou de pior) na filmografia nacional e internacional, e concentrar-se no perfil dos personagens. As análises serão sempre permeadas pela vertente do humanismo, que, segundo o Autor, é o que mais falta faz ao mundo em que violência e guerra acabam compondo o cenário tanto dos filmes como da realidade de inúmeros países, entre os quais o Brasil.

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