A série de comédia americana criada por Michael Schur traz filosofia com humor e o pós-vida em The Good Place (O Bom Lugar), que tem alcançado sucesso na Netflix, apesar dos altos e baixos do enredo.
De qualquer forma, podemos afirmar que, com essa escolha, a plataforma de streaming acertou no gênero comédia com um roteiro original e criativo.
Ao contrário das conhecidas produções que nada têm de novo (pelo menos nos dez últimos anos), The Good Place deixa explícita a originalidade da história logo na primeira cena.
Com diálogos bem estruturados, a trama se desenvolve num cenário paradisíaco, onde todos têm casas bonitas para morar e vão permanecer felizes por toda vida…
…Ou por toda a morte, já que não estão mais vivos no sentido em que conhecemos o termo.
Pode até não ser uma série de comédia para rolar de rir, mas o dinamismo com que os fatos começam a ser apresentados e a originalidade das situações prendem o espectador.
Cena inicial atraente
Só então fica sabendo que morreu e foi parar em um bom lugar por ter sido uma pessoa com muitas qualidades durante a vida.
Só que não era verdade. Ela havia sido levada por engano (junto com outros desencarnados), e seu passado não fazia jus ao mérito que lhe estava sendo atribuído.
Relativamente longa e, ao mesmo tempo, repleta de efeitos especiais que atraem o espectador, The Good Place mistura episódios curiosos e atraentes com passagens que podem exigir esforço do espectador para continuar assistindo à mistura de filosofia, humor e o pós-vida.
As origens de tanto conteúdo
Originalmente, The Good Place é uma série de comédia americana criada por Michael Schur, exibida pela NBC entre 2016 e 2020 e posteriormente disponibilizada pela Netflix em diversos países.
A trama combina elementos de filosofia, ética e humor, criando um cenário único no qual explora o conceito de vida após a morte e as implicações morais das escolhas humanas.
Michael Schur inclui no seu curriculum cinematográfico outros sucessos, como Parks and Recreation e Brooklyn Nine-Nine.
Despertada no pós-vida
A série segue Eleanor Shellstrop, uma mulher egoísta e antiética que, após morrer, acorda no Good Place, um paraíso utópico administrado por Michael (Ted Danson), que a apresenta como uma pessoa excepcional e merecedora de estar ali.
No entanto, Eleanor percebe que sua presença no Good Place é um erro administrativo, e ela se esforça para aprender a ser uma pessoa melhor para não ser enviada ao Bad Place, ou seja, ao Espaço Ruim.
A trama se expande ao longo das temporadas, introduzindo reviravoltas surpreendentes e mergulhando nos conceitos de moralidade, altruísmo e redenção.
A curiosa história é contada para que o espectador reflita sobre os erros humanos e sobre a capacidade das pessoas de aprenderem e de se melhorarem… No mais puro estilo seja melhor hoje do que ontem, e melhor amanhã do que hoje.
Elenco e personagens principais
Além de Kristen Bell e Ted Danson, o elenco principal inclui William Jackson Harper como Chidi Anagonye, um professor de ética atormentado pela indecisão; Jameela Jamil como Tahani Al-Jamil, uma socialite rica e vaidosa que busca exposição e aprovação constante; Manny Jacinto como Jason Mendoza, um DJ ingênuo e bobalhão que também não deveria estar no Good Place; e D’Arcy Carden como Janet, uma assistente artificial onisciente que ajuda os residentes do Good Place.
Todos são guiados e orientados pelo elegante demônio reformado Michael (Ted Danson), sempre de paletó e gravata, assessorado pela quase onisciente Janet, alta como uma estátua e, pretensamente, portadora de um vasto e minucioso histórico da vida de todos que estão naquele paraíso eterno.
Curiosidades de bastidores
O criador, Michael Schur, é conhecido por seu trabalho em séries como Parks and Recreation e Brooklyn Nine-Nine.
Para inspirar-se e escrever The Good Place, Michael Schur mergulhou em livros de filosofia e ética.
Leu obras de autores como Immanuel Kant, Aristóteles e T.M. Scanlon para moldar a narrativa.
A série, portanto, faz referências diretas a conceitos filosóficos, como o Dilema do Bonde e a teoria utilitarista.
As principais escolhas do Autor
Schur escreveu os papéis de Eleanor e Michael especificamente para Kristen Bell e Ted Danson. Ele teria dito que não faria a série sem eles no elenco.
A reviravolta no final da primeira temporada, em que os personagens descobrem que estão, na verdade, no Bad Place (disfarçado de Good Place), foi mantida em segredo de grande parte do elenco até o momento das gravações.
Essa surpresa ajudou a manter a autenticidade das reações dos atores, numa estratégia habilmente colocada em prática pela direção.
A constante presença e a complexidade de Janet
D’Arcy Carden destacou-se como Janet, uma personagem multifacetada e crucial para a história.
Em um episódio específico, intitulado Janet(s), ela interpreta versões de todos os personagens principais, mostrando sua habilidade como atriz e impressionando críticos e espectadores.
Set design e produção visual
O visual do Good Place foi inspirado em cidades europeias, como Bruges e Amsterdã, com tons brilhantes e uma atmosfera surreal.
Cada detalhe foi cuidadosamente pensado para transmitir uma sensação de perfeição irreal e, ao mesmo tempo, desconcertante e desconfortante.
Michael Schur afirmou que a série sempre foi planejada para ter apenas quatro temporadas.
Ele não queria que a narrativa se estendesse indefinidamente e perdesse sua essência, um movimento incomum na TV americana.
Recepção e impacto cultural
The Good Place foi amplamente elogiada por seu roteiro inovador, humor inteligente e capacidade de abordar questões complexas de maneira razoavelmente acessível.
A série recebeu várias indicações ao Emmy e se tornou uma referência em como a TV pode entreter e educar ao mesmo tempo.
Disponibilidade e legado de Good Place com filosofia, humor e o pós-vida
Embora originalmente transmitida pela NBC, The Good Place alcançou maior popularidade global após ser disponibilizada pela Netflix, tornando-se um sucesso de público e de crítica.
Trata-se de uma produção que continua sendo celebrada como uma das séries mais criativas de sua época, destacando-se por sua mistura de filosofia e comédia em um formato acessível, leve e divertido.
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