Mentiras ressurgem após vitória de Fernanda Torres em destaque no site

A Lei Rouanet volta a ser atacada com as mentiras que ressurgem após a vitória de Fernanda Torres como melhor atriz no premiado filme Ainda Estou Aqui.

Não é fato inédito e sempre vai se repetir enquanto setores retrógrados continuarem se valendo desse recurso desonesto para seus ataques vergonhosos.

Não precisamos citar nomes. Todos sabem de onde vêm esses ataques e mentiras, pois já se tornaram um (mau) hábito, que agride a democracia.

Mais uma cena do filme

Mentiras ressurgem mas são desmentidas pelos fatos

Antes de mais nada, duas informações cruciais: o filme dirigido pelo premiado Walter Salles não recebeu recursos da Lei Rouanet. E não haveria nenhum problema se tivesse recebido.

Informação número dois: vários países (inclusive os Estados Unidos, tão elogiado pelos mesmos que atacam a Lei Rouanet) possuem políticas de incentivo à cultura.

Vamos esclarecer todas essas questões, porque nosso site, que é – essencialmente – sobre cinema, e não sobre política, tem o dever de esclarecer os fatos.

E de desmascarar mentiras, especialmente quando elas envolvem a Cultura, desprezada exatamente pelos regimes totalitários.   

Livro Ainda estou aqui
Clique na imagem se quiser saber mais sobre a verdadeira história, que deu origem ao filme

Negacionistas agridem a História

Negacionistas, esses que mentem até mesmo sobre os fatos narrados no livro e no filme, agridem a História do Brasil.

Com isso, alimentam ainda mais as ilusões dos que não compreendem (ou por ignorância, ou por pertencerem às mesmas correntes retrógradas) a importância da democracia.

Por isso, a recente conquista de Fernanda Torres no Globo de Ouro, premiada como melhor atriz pela sua brilhante atuação no filme Ainda Estou Aqui, reacendeu no Brasil os antigos ataques à Lei Rouanet.

O incentivo fiscal, instituído em 1991 pelo governo federal, é frequentemente alvo de críticas e interpretações equivocadas e tendenciosas, especialmente quando eventos de relevância cultural despertam o interesse público.

Compreender o funcionamento dessa legislação, assim como conhecer exemplos de iniciativas similares em outros países e identificar aqueles que não oferecem qualquer incentivo à cultura, é essencial para contextualizar sua importância e desmistificar argumentos falaciosos.

Mentiras ressurgem com ataques à Fernanda Torres após sua vitória com Globo de Ouro

A verdade sobre a Lei Rouanet e similares

A Lei Rouanet, formalmente conhecida como Lei nº 8.313/1991, foi criada para fomentar a produção cultural no Brasil.

Seu principal mecanismo é a renúncia fiscal, que permite às empresas e pessoas físicas deduzirem do imposto de renda valores destinados a projetos culturais previamente aprovados pelo Ministério da Cultura.

Essa iniciativa visa mitigar os efeitos de um histórico de negligência e subfinanciamento da cultura no país.

Sendo assim, o objetivo é garantir que produtores culturais, artistas e organizações tenham acesso aos recursos necessários para concretizar suas propostas.

No entanto, a Lei Rouanet é, muitas vezes, atacada e mal compreendida. Um dos principais pontos de confusão está na interpretação de que o governo “dá dinheiro” diretamente aos artistas.

Na realidade, a lei funciona como um intermediário: o governo autoriza que parte dos impostos que seriam pagos ao Estado seja investida em cultura.

No entanto, cabe às empresas ou às pessoas físicas decidirem quais projetos irão apoiar.

Isso significa que o montante investido é parte dos recursos que já seriam arrecadados pelo governo, sendo apenas redirecionados para finalidades culturais.

EUA e outros países incentivam a Cultura

A existência de mecanismos similares em outros países reforça a relevância de iniciativas como a Lei Rouanet.

Nos Estados Unidos, por exemplo, há um modelo de incentivo à cultura baseado em deduções fiscais para doações feitas a organizações sem fins lucrativos, incluindo instituições culturais.

Esse sistema, aliado a uma forte tradição de filantropia, impulsiona a produção cultural e a preservação do patrimônio no país.

Na França, existe uma política ainda mais robusta: o governo investe diretamente em cultura, subsidiando museus, teatros, cinema e artes em geral.

Além disso, há isenções fiscais para empresas que apoiam projetos culturais, garantindo um amplo suporte ao setor.

Outro exemplo é o Canadá, que possui várias iniciativas de financiamento cultural.

O governo federal, por meio de agências como o Conselho de Artes do Canadá, oferece subsídios diretos a artistas e organizações culturais.

Além disso, há incentivos fiscais para produções cinematográficas e televisivas, atraindo investimentos nacionais e internacionais.

Na Alemanha, a cultura também é altamente valorizada, com um sistema descentralizado em que estados e municípios desempenham um papel significativo no financiamento de projetos culturais.

Empresas que investem em cultura também recebem benefícios fiscais, incentivando uma participação ativa do setor privado.

Países que se opõem à Cultura

Em contraste aos que realizam esses incentivos próprios das democracias, há países que não oferecem incentivos fiscais ou subsídios diretos à cultura.

Um dos casos emblemáticos é a Coreia do Norte, onde a produção cultural é rigidamente controlada pelo Estado, sem espaço para iniciativas independentes.

Em outros casos, como em alguns países em desenvolvimento da África e da Ásia, o financiamento cultural é escasso.

Isso se deve a limitações econômicas e a uma dependência de organizações internacionais para o suporte a projetos artísticos.

A ausência de incentivos pode levar a consequências significativas, como a precarização do trabalho cultural e a perda de patrimônio imaterial.

Isso é evidente em países onde a cultura é vista como uma área secundária ou onde a falta de apoio governamental dificulta a criação e a disseminação de expressões artísticas.

Por outro lado, países que adotam políticas de incentivo costumam colher benefícios econômicos e sociais, como o aumento do turismo, a geração de empregos e o fortalecimento da identidade nacional.

Mentiras ressurgem mas são desmentidas pelos fatos

Lei Rouanet democratiza manifestações culturais

No Brasil, a Lei Rouanet desempenha um papel crucial na promoção da cultura, especialmente em regiões onde o mercado cultural é menos desenvolvido.

Apesar das críticas, tantas vezes baseadas em informações distorcidas, ela representa um instrumento valioso para democratizar o acesso aos recursos culturais e fomentar a diversidade artística.

No entanto, sempre é bom lembrar que nem todos os projetos culturais se utilizam da Lei Rouanet, embora fosse perfeitamente legítimo utilizá-la.

Não apenas – repetimos – por incentivar a cultura, como por fortalecer segmentos que acabam resultando em dividendos para o próprio país.

Selton Mello em um dos papeis principais

Os novos heróis nacionais

A recente vitória de Fernanda Torres não é apenas uma celebração do talento brasileiro.

É também um lembrete da importância de preservar e fortalecer os mecanismos que permitem que nossa cultura floresça em um cenário global, o que é excelente para o País.

Por isso mesmo, em contraste com o futebol, que já causou tanta alegria, mas também muitas decepções, a vitória no segmento da cinematografia levou os responsáveis pelo filme a serem saudados como os novos heróis nacionais.

O amplo noticiário sobre a vitória de Fernanda Torres mostrou a alegria e as contagiantes demonstrações de felicidade dos que amam a cultura e a ascensão do Brasil ao cenário internacional na cinematografia.

Fernanda Montenegro também está no elenco

Fernanda Torres e Fernanda Montenegro: vidas dedicadas à Cultura

Fernanda Torres, além de sua premiada atuação em Ainda Estou Aqui, é uma artista multifacetada, com uma carreira consolidada no cinema, na televisão e no teatro brasileiros.

Filha da renomada atriz Fernanda Montenegro, a primeira brasileira indicada ao Oscar, Fernanda Torres herdou o talento e o comprometimento com a arte.

Fernanda Montenegro, também integrante do elenco de Ainda Estou Aqui, é uma das maiores referências da dramaturgia brasileira.

Sua carreira abrange décadas de interpretações memoráveis no Brasil e no exterior.

Ambas, mãe e filha, são ícones culturais que representam a excelência do talento artístico nacional.

Salles e o reconhecimento como cineasta

O diretor Walter Salles, responsável pela direção do filme Ainda Estou Aqui, é amplamente reconhecido como um dos maiores cineastas brasileiros.

Com filmes premiados internacionalmente, como Central do Brasil e Diários de Motocicleta, Salles construiu sua reputação por abordar temas sensíveis e universais, além de destacar narrativas que evidenciam a complexidade humana.

Seu trabalho contribuiu, significativamente, para a visibilidade do cinema brasileiro no cenário global, reafirmando a importância do investimento e do reconhecimento cultural para a produção artística do país.

Quem defende a indústria cinematográfica, que pode trazer dividendos financeiros importantes para o Brasil, festejou, efusivamente, a vitória de Fernanda Torres.

A essa altura, torce agora para que ela seja vencedora na disputa pelo Oscar.

De qualquer modo, o filme já entrou para a história do cinema, com louvor.

Essa torcida é para que o filme Ainda Estou Aqui prossiga em sua escalada de premiações da maior importância, em vários países onde já foi aplaudido de pé.

Sobre o Autor

Gerson Menezes
Gerson Menezes

O objetivo do Autor não é o de concentrar-se na linguagem rebuscada do tecnicismo cinematográfico, mas de apresentar o que há de melhor (ou de pior) na filmografia nacional e internacional, e concentrar-se no perfil dos personagens. As análises serão sempre permeadas pela vertente do humanismo, que, segundo o Autor, é o que mais falta faz ao mundo em que violência e guerra acabam compondo o cenário tanto dos filmes como da realidade de inúmeros países, entre os quais o Brasil.

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