A pesquisa para identificar quais os temas mais destacados na história do cinema ao longo de todos os tempos é uma tarefa complexa.
Não se pode esquecer que o cinema é uma forma de arte e entretenimento profundamente diversificada e em constante evolução.
No entanto, certos temas têm emergido repetidamente como centrais e emblemáticos ao longo das décadas.
A exemplo do que fizemos em nosso site sobre literatura, buscamos identificar, também na chamada Sétima Arte, esses temas recorrentes.
E constatamos uma coincidência: apesar dos caminhos sempre conturbados, que são trilhados pela chamada humanidade, um dos temas mais recorrentes é o amor.
Alívio diante da presença do amor
Não deixa de ser animador constatar que o amor está sempre presente nessa lista, em meio a tantos acontecimentos avassaladores, como as guerras e as divergências ideológicas que, vez por outra, nos abalam no dia a dia.
Em contrapartida, filmes de guerra entram na mesma lista de preferência dos espectadores.
Incluem-se nesse caso, como seria previsível, acontecimentos historicamente lamentáveis, como a ascensão do nazismo, tão tragicamente representados por películas como O Pianista e A Lista de Schindler.
Diz o ditado: não podemos mudar o mundo. Mas podemos mudar a nós mesmos.
Ter amor e guerra na mesma lista pode se tornar um ponto de reflexão, bem-vindo, na busca pela paz e por dias melhores.
Vamos apresentar, então, a lista dos temas mais destacados na história do cinema, identificados após uma extensa pesquisa.
Felizmente, o amor
Presente em suas várias formas, o amor é um dos temas mais universais do cinema.
Desde os romances clássicos como Casablanca (1942) até dramas modernos como Titanic (1997), ele permeia gêneros variados.
E a lista inclui comédias românticas, tragédias e aventuras.
Conflito e guerra
Filmes como Apocalypse Now (1979), O Resgate do Soldado Ryan (1998) e 1917 (2019), entre inúmeros outros, expõem a brutalidade e o impacto humano dos conflitos armados.
A guerra tem sido usada como pano de fundo para histórias pessoais intensas e debates éticos profundos.
Heróis e jornada do herói
O conceito de jornada do herói, popularizado por Joseph Campbell, é um tema central em muitos filmes icônicos.
Destacamos na lista Star Wars (1977) e O Senhor dos Anéis (2001-2003).
A narrativa de crescimento, desafios e superação ressoa profundamente com o público.
Sociedade e Justiça
Questões sociais, raciais e de justiça têm sido temas impactantes no cinema.
Estão presentes em obras como 12 Anos de Escravidão (2013), Spotlight (2015) e Corra! (2017).
Essas narrativas refletem debates contemporâneos e históricos.
Futuro e distopia
O fascínio pelo futuro e as possibilidades (ou perigos) da tecnologia aparecem em filmes como Blade Runner (1982), Matrix (1999) e Black Mirror (série antológica iniciada em 2011).
Medo e sobrenatural
O horror é outro tema profundamente explorado, com clássicos como Psicose (1960) e O Exorcista (1973), além de novas abordagens como Hereditário (2018).
Família
Relações familiares, sejam conflituosas ou afetuosas, estão no centro de muitos filmes, desde O Poderoso Chefão (1972) até animações como Viva – A Vida é uma Festa (2017).
Palavras representativas no cinema
Palavras como amor, liberdade, herói, medo, esperança e justiça são frequentemente associadas aos temas mais marcantes e universais da história do cinema.
Se há um conceito que resume o impacto global do cinema, poderia ser histórias humanas, já que o cinema conecta pessoas através de histórias que transcendem culturas, épocas e fronteiras.
Além disso, o termo cinemática muitas vezes reflete o próprio caráter visual e emocional da chamada Sétima Arte.
O poder das histórias no cinema
Desde os primórdios do cinema, as histórias que mais atraem a atenção do público são aquelas que falam diretamente ao coração humano, abordando temas universais e atemporais.
O amor, o conflito, a busca por justiça e o medo do desconhecido são alguns dos alicerces dessa forma de arte que molda e reflete a sociedade.
O cinema, assim sendo, é mais do que entretenimento. É um espelho poderoso, uma forma de expressão que nos conecta, emociona e transforma.
Amor como essência do cinema
O amor é, sem dúvida, o tema mais explorado na história do cinema.
Desde o cinema mudo, com clássicos como Aurora (1927), de F.W. Murnau, até sucessos mais recentes, como La La Land (2016), o amor tem sido um fio condutor, permeando todas as culturas e idades.
No aclamado Casablanca (1942), a paixão impossível entre Rick Blaine e Ilsa Lund acontece em meio à Segunda Guerra Mundial, unindo o romance a outro tema central do cinema: o conflito.
Filmes de amor também exploraram outras nuances, como a solidão e o luto.
Podemos citar como exemplo Her (2013), em que Theodore se apaixona por uma inteligência artificial.
Em Titanic (1997), por sua vez, James Cameron não apenas conta uma história de amor entre Jack e Rose, como também insere reflexões sobre classe social e sacrifício.
Demonstra, dessa forma, como o amor é um catalisador de transformações dramáticas.
O medo e o sobrenatural no cinema
O medo, intrínseco à experiência humana, também moldou a história do cinema, especialmente no gênero de terror.
Desde os clássicos filmes de monstros da Universal nos anos 1930, como Drácula (1931) e Frankenstein (1931), até obras mais psicológicas, como Psicose (1960), de Alfred Hitchcock, o cinema se tornou um meio de explorar nossos pesadelos mais profundos.
Com o passar das décadas, o medo ganhou novas roupagens.
Filmes como O Exorcista (1973) não só aterrorizaram plateias, mas também abriram discussões sobre espiritualidade e fé.
Em tempos mais recentes, o gênero evoluiu para explorar medos modernos, como a fragmentação da família em Hereditário (2018) ou os horrores da sociedade contemporânea em Corra! (2017).
O sobrenatural no cinema significa muito mais do que apenas sustos.
Na realidade, questiona o desconhecido e força o espectador a confrontar o que muitas vezes é indizível.
Nesse sentido, o medo, assim como o amor, conecta-se profundamente às emoções humanas.
Conflito como motor narrativo
O conflito é a essência de qualquer narrativa, e no cinema, ele é frequentemente elevado a extremos dramáticos.
As guerras mundiais, por exemplo, geraram obras-primas que não apenas retratam a brutalidade dos combates, mas também humanizam os indivíduos envolvidos.
Apocalypse Now (1979), de Francis Ford Coppola, é um retrato surreal e devastador da Guerra do Vietnã.
Já O Resgate do Soldado Ryan (1998), de Steven Spielberg, captura o heroísmo e o horror da Segunda Guerra Mundial.
No entanto, o conflito não se limita ao campo de batalha.
Filmes como 12 Anos de Escravidão (2013) e Selma (2014) abordam lutas por igualdade e justiça social, mostrando que o cinema é também uma ferramenta de conscientização e mudança.
Em histórias de ficção científica, o conflito se torna um veículo para explorar questões filosóficas.
Blade Runner (1982) discute a relação entre humanos e máquinas, enquanto Matrix (1999) questiona a própria realidade.
Por meio dessas narrativas, o cinema reflete os medos e as esperanças da sociedade, oferecendo novas perspectivas sobre o mundo ao nosso redor.
A jornada do herói
Poucos temas são tão recorrentes quanto a jornada do herói, que segue a estrutura identificada por Joseph Campbell em O Herói de Mil Faces.
No cinema, essa fórmula se tornou a base de muitos dos maiores sucessos de todos os tempos.
Star Wars (1977), por exemplo, não é apenas uma saga de ficção científica, mas uma alegoria universal sobre coragem, sacrifício e redenção.
Outro exemplo notável é O Senhor dos Anéis (2001-2003), onde Frodo Bolseiro embarca em uma jornada épica para salvar a Terra Média, enfrentando desafios internos e externos.
Esses filmes provam que, independentemente do contexto, as histórias de superação ressoam junto ao público.
Super-heróis também se tornaram protagonistas modernos dessa narrativa.
Desde os filmes da Marvel até as produções sombrias de Christopher Nolan, como O Cavaleiro das Trevas (2008), os heróis contemporâneos refletem a luta do indivíduo contra forças maiores.
Sejam essas forças, é bom lembrar, sistemas opressores ou crises existenciais.
Justiça e sociedade no cinema
O cinema tem um longo histórico de abordar questões sociais e de justiça, muitas vezes desafiando normas estabelecidas e provocando debates.
Filmes como Doze Homens e uma Sentença (1957) colocam a moralidade e a justiça sob o microscópio.
Enquanto isso, Spotlight (2015) expõe o poder do jornalismo em revelar verdades ocultas.
Em tempos recentes, produções como Pantera Negra (2018) celebraram a diversidade e discutiram o impacto da colonização, enquanto Parasita (2019) trouxe uma análise contundente das desigualdades de classe.
O cinema não apenas reflete a sociedade, mas também a molda, dando voz a movimentos sociais e amplificando narrativas que desafiam o status quo.
Conexão universal através do cinema
Ao longo de sua história, o cinema mostrou que, independentemente de gênero, época ou origem, as histórias têm o poder de unir as pessoas.
Desde os melodramas dos anos 1940 até os blockbusters dos anos 2000, o que permanece constante é a capacidade do cinema de capturar emoções humanas universais.
Mais do que qualquer palavra ou tema isolado, o cinema é a soma de suas histórias e do impacto que elas têm em nossos corações.
Em última análise, como dissemos em relação à literatura, o poder do cinema reside na sua habilidade em nos fazer sentir, pensar e, muitas vezes, sonhar com um mundo melhor.
Sobre o Autor
0 Comentários