destaque beijada

Personagens caricatos, a começar pela protagonista, não faltam neste filme de 1999 que está no catálogo da Disney Plus. A pergunta é: ao assistir ao filme Nunca Fui Beijada, criança vai gostar?

Na verdade, apesar do exagero ao caracterizar a personagem Josie Geller como extremamente desengonçada, a ponto de derrubar refrigerante na roupa e levar vários tombos, o filme acaba mesclando mensagens sobre o bullying e o exagero das pegadinhas dos veteranos contra os novatos.

Nunca fui beijada criança vai gostar

A personagem de Nunca Fui Beijada é ridicularizada na escola

Lembrando muito o que chamávamos no Brasil de comédia pastelão, Nunca Fui Beijada tem quase até a metade de duração uma série de cenas que se limitam a mostrar uma Josie Geller ao mesmo tempo desastrada e aparentemente abobalhada, e aquela aluna letrada que conhece Shakespeare.

E que responde, em detalhes, às perguntas do professor, que nenhum dos seus gozadores colegas de classe consegue responder.

Nunca fui beijada ganha um novo rumo

Nunca Fui Beijada ganha um novo rumo mais para o final

O filme toma um novo rumo mais para o final, quando começa o baile para os estudantes.

É o ponto alto, considerando todas as passagens da película, que se dedicam a mostrar o comportamento típico dos estudantes norte-americanos do chamado ensino médio.

As cenas do baile foram bem dirigidas e os roteiristas conseguiram, no final do filme, transmitir aquela emoção já comum a esse tipo de produção.

Afinal de contas, a receita já está pronta em Hollywood há muito tempo. É só seguir o cardápio.

Nunca Fui beijada pode ser visto por crianças

Crianças podem assistir sem susto

Passados tantos anos de sua produção, o filme consta no catálogo como apropriado para a faixa etária a partir dos 12 anos.

É um exagero numa época como a nossa, em que meninos dessa idade já assistem até a cenas de violência estilo Velozes e Furiosos. E com a anuência dos pais.

Certamente, nosso questionamento sobre se, ao assistir Nunca Fui Beijada, criança vai gostar, insinua uma leve alusão ao fato de que o filme pode ser assistido, sem susto, por crianças de qualquer idade.

A menos que o conservadorismo ainda reinante considere o beijo algo censurável em pleno século XXI, quando é a violência que passa a ser encarada, infelizmente, como normal.

O enredo pode exigir uma simples explicação dos pais

Josie Geller tem que criar uma bela história para o jornal

O enredo pode exigir uma simples explicação dos pais para as crianças menores.

Josie Geller é editora de artigos do jornal onde trabalha já há algum tempo e está decidida a ser repórter.

Seu chefe e uma colega de trabalho consideram que ela não vai dar conta do recado.

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Mas, durante uma reunião, quem manda realmente no jornal determina que ela enfrente o desafio de infiltrar-se numa escola secundária para produzir algo que se transforme numa boa história.

É o todo poderoso chefe que costuma demitir repórteres na frente de todo mundo, caso não fique satisfeito com o resultado.

Isto leva o chefe direto de Josie e a colega dela a insistirem em alertá-la de que ela pode entrar numa fria caso aceite o desafio e acabe fracassando.

No filme Nunca Fui beijada Josie é ridicularizada pelos colegas

Como Josie se mostra determinada, a partir daí o que surge, durante boa parte do filme, são os tombos, os trotes, as gozações em sala de aula (até da professora), as rivalidades e a maneira exagerada e até ridícula de Josie se vestir achando que vai conseguir se enturmar.

Josie é repelida e ironizada pelos colegas, até que reverte o quadro e passa a se tornar popular.

Com isso, supera velhos traumas de experiências escolares numa época em que lhe atribuíam apelidos vexatórios.

O plano para reverter esse quadro que lhe era desfavorável, traçado com a ajuda do irmão, a leva a se tornar agradecida e a expressar sua gratidão.

Josie sempre foi ridicularizada na escola

Colegas da escola demoraram a aceitar Josie

“Esperei a vida toda para ser aceita e, finalmente, acho que eu sou”, desabafa, dando sequência à sua trajetória como suposta aluna popular, embora esteja apenas se fingindo de aluna para cumprir a pauta que lhe foi determinada pelo chefe.

Mais uma vez temos também a figura de Shakespeare resgatada para a atualidade, a exemplo do filme 10 Coisas que Eu Odeio em Você.

E de outras produções do cinema americano que se dedicam a relembrar o mais famoso escritor e dramaturgo em língua inglesa em todo o mundo.



Nunca fui beijada (Never Been Kissed)

País: EUA

Direção: Raja Gosnell

Roteiro: Abby Kohn e Marc Silverstein

No elenco:

Drew Barrymore: Josie Geller

David Arquette: Rob Geller

Michael Vartan: Sam Coulson

Molly Shannon: Anita

John C. Reilly: Gus

Garry Marshall: Rigfort

Sean Whalen: Merkin

Cress Williams: George

Octavia L. Spencer: Cynthia

Sarah DeVincentis: Rhoda

Ed Allen Covert: Roger

Rock Reiser: Dutton

Sobre o Autor

Gerson Menezes
Gerson Menezes

O objetivo do Autor não é o de concentrar-se na linguagem rebuscada do tecnicismo cinematográfico, mas de apresentar o que há de melhor (ou de pior) na filmografia nacional e internacional, e concentrar-se no perfil dos personagens. As análises serão sempre permeadas pela vertente do humanismo, que, segundo o Autor, é o que mais falta faz ao mundo em que violência e guerra acabam compondo o cenário tanto dos filmes como da realidade de inúmeros países, entre os quais o Brasil.

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