De que forma a aparentemente ingênua Eun-yi deveria ter agido diante da investida do patrão riquíssimo e poderoso? Deveria (ou poderia) recusar o assédio? Como não recusou (e poderia?), the housemaid virou mais do que empregada.
The Housemaid virou muito mais do que uma simples empregada
Teria a aparentemente imatura Eun-yi agido com interesse pelo dinheiro do patrão poderoso, Hoon, que “sempre teve o que quis”, segundo disse a sua própria sogra?
Qual seria o destino da jovem pobre que aceitou o emprego na casa do milionário (ou bilionário), para cuidar também da esposa dele, Hae Ra, com a barriga imensa de grávida de gêmeos, se a jovem pobre resistisse ao patrão?
The housemaid virou mais do que empregada, porque fazia massagem na esposa do homem rico e poderoso e “conversava” com os gêmeos, acariciando a barriga dela. E sentindo os movimentos dos bebês que ainda – obviamente – nem tinham nascido.
A pequena Nami via tudo o que acontecia
Será que apenas a criança da casa, Nami, via tudo, e inclusive foi a única a enxergar a maldade da avó e a bondade de Eun-yi?
O filme coreano The Housemaid pode até deixar muitas perguntas, mas as respostas vão depender da visão de mundo que cada espectador tiver.
Em The Housemaid o patrão muito rico queria mais do que uma empregada
O patrão Hoon, sempre vestido luxuosamente, e sempre ausente de casa, aparecia quando queria e fazia o que quisesse.
Tanto que se sentiu à vontade quando viu, pela primeira vez, a jovem Eun-yi lavando a banheira, agachada de uma forma que deixava à mostra as coxas.
E lhe ofereceu vinho, antes do assédio, nesse drama erótico que desnuda, mais do que a empregada, toda a hipocrisia da sociedade aristocrática coreana.
Não é de hoje que a produção cinematográfica da Coreia do Sul faz sucesso nas plataformas de streaming. E também não é de hoje que desnuda as mazelas e inquietudes de uma sociedade que tão pouco conhecemos.
The Housemaid mostra uma clara situação de poder e de abuso sexual. E até a tentativa do ricaço em se mostrar insatisfeito com a maneira como esposa e sogra estavam agindo com uma empregada, que lhe daria um filho, se desfaz.
A máscara cai quando a antiga governanta, de idade mais avançada, resolve se demitir, para surpresa dos aristocratas encastelados na casa luxuosíssima: “É assim que essa gente age”, resumiu, indignado, o predador poderoso.
A sogra do homem rico é vingativa
Seria chover no molhado elogiar a fotografia primorosa de um filme coreano. Mas não custa reconhecer o excelente desempenho do elenco, incluindo a atriz mirim.
Foi a excelente interpretação que deu um ar de realismo a toda a trama, a ponto de deixar o clima mais realista.
E provocar a reação que cada um consegue sentir diante do drama misturado com erotismo e tragédia.
The Housemaid (A Empregada)
País: Coreia do Sul
Direção: Im Sang-soo
No catálogo da Amazon Prime
Jeon Do-yeon: Eun-yi
Lee Jung-jae: Hoon
Seo Woo: Hae-ra
Youn Yuh-jung: Byung-shk
Seo-Hyeon Ahn: Nami
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Sobre o Autor
O objetivo do Autor não é o de concentrar-se na linguagem rebuscada do tecnicismo cinematográfico, mas de apresentar o que há de melhor (ou de pior) na filmografia nacional e internacional, e concentrar-se no perfil dos personagens. As análises serão sempre permeadas pela vertente do humanismo, que, segundo o Autor, é o que mais falta faz ao mundo em que violência e guerra acabam compondo o cenário tanto dos filmes como da realidade de inúmeros países, entre os quais o Brasil.
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