A guerra, infelizmente, é um fato com presença diária na história da humanidade. E, por isso mesmo, também na história do cinema. Ladrões de Bicicleta é imperdível, ao retratar a miséria do pós-guerra na Itália e o desespero do pai para sustentar a família em época de tanta miséria.
Não se trata apenas do enredo, que, pela sua simplicidade, poderia resultar em dificuldade para torná-lo um filme interessante.
Mas a direção impecável de Vittorio De Sica inverteu o que poderia ser um obstáculo. E o filme é brilhante pela sua sensibilidade ao retratar o drama da época.
A produção, em preto e branco, é de 1948, mas o filme nunca envelheceu, pois sua temática é sempre atual.
Por todas as suas qualidades, Ladrões de Bicicleta continua imperdível.
Ladrões de Bicicleta conta a história de um trabalhador humilde que percorre Roma pregando avisos e cartazes para ganhar algum dinheiro a fim de sustentar a família.
Até que um dia em que estava em cima da escada, fazendo o seu trabalho, um homem passa correndo e rouba a sua bicicleta.
A partir de uma temática simples, mas realista, em cenários de guerra, De Sica transforma o roteiro de Cesare Zavattini, Suso Cecchi d’Amico e dele próprio num belo filme.
Uma curiosidade sobre esse clássico do cinema é que De Sica preferiu escolher atores amadores para interpretar papeis como o do pai desesperado Antonio Ricci (interpretado por Lamberto Maggiorani) para tentar recuperar a bicicleta roubada, junto com o filho Bruno (Enzo Staiola).
O desfecho é dramático e envolve ambos os personagens, cujas expressões realçam a sensibilidade com que o roteiro foi elaborado.
Jovem ainda, assisti à película por no mínimo 3 vezes, quando já poderia ser classificada como um filme antigo.
A trilha sonora é do compositor Alessandro Cicognini, a produção é do próprio Vittorio De Sica, cuja direção contou ainda com Sérgio Leone como assistente técnico.
A presença de Ladrões de Bicicleta como um dos clássicos do cinema internacional é mais do que merecida.
E o filme é imperdível para quem gosta de cinema.
Ele está incluído no catálogo da Globo Play.
Artigos Relacionados
Sobre o Autor
O objetivo do Autor não é o de concentrar-se na linguagem rebuscada do tecnicismo cinematográfico, mas de apresentar o que há de melhor (ou de pior) na filmografia nacional e internacional, e concentrar-se no perfil dos personagens. As análises serão sempre permeadas pela vertente do humanismo, que, segundo o Autor, é o que mais falta faz ao mundo em que violência e guerra acabam compondo o cenário tanto dos filmes como da realidade de inúmeros países, entre os quais o Brasil.
0 Comentários