Para quem gosta de filmes de amor, dá para assistir Para Sempre. Já para os que não gostam do gênero, Para Sempre é só pra de vez em quando.
No caso de quem está em dúvida, se for homem, pode ser uma boa opção para assistir com a namorada, por exemplo.
Isto porque o filme é mais tocante, digamos dessa forma, para o público feminino.
Embora – temos que acrescentar – o maior drama seja vivido pelo homem, cuja memória não se perdeu.
E que, por isso mesmo, acaba lhe dando a dimensão de algo que ele tanto teme que se perca.
Já o lado feminino emerge no filme diante da batalha da personagem para reencontrar sua própria identidade e personalidade, em sua luta contra o drama que está enfrentando.
Pense na seguinte situação: você se casou recentemente com uma mulher que você considera o grande amor de sua vida.
E, durante a cerimônia, ela também retribuiu com as mesmas declarações, em tom apaixonado.
De repente, ocorre um acidente. E ela – depois de vários dias no hospital – acorda sem saber quem é você.
Dizer que ela esqueceu totalmente o passado é demais. E esse é o duro da situação.
Ela se lembra dos pais, de algumas amigas. E (pior de tudo) de um antigo noivo, que foi abandonado por ela sem entender o motivo.
Só não se lembra de você. Que é – exatamente – o marido dela.
O filme é inspirado em fatos reais, o que é um ótimo atrativo para aguçar a curiosidade do público.
Existe até um livro que conta a mesma história. E alguns espectadores que leram disseram que preferem o livro, que teria sido escrito pelo próprio casal, muitos anos depois do acidente.
Isso é um julgamento duro, porque são duas linguagens distintas – literatura e cinema.
E, se o filme não está bom para o espectador, é sinal evidente de que a linguagem cinematográfica não foi bem dominada.
Mas há um ponto positivo, temos que admitir: o ritmo dos acontecimentos.
As cenas se sucedem numa sequência que não dá margem para o filme esfriar.
Há sempre uma novidade envolvendo outros personagens.
E também o marido esquecido pela amada apresenta uma boa sequência de tentativas em seu permanente esforço para recuperá-la.
A trama inclui ainda um pai dominador, que está decidido a traçar o destino da filha.
Quer impor até a carreira que ela vai seguir. E que não é (como sempre) a que ela quer.
Ele também tem uma postura – desculpem a palavra – nojenta em relação ao genro.
Apesar do amor que o marido esquecido pela esposa demonstra, o sogro quer separar os dois.
E chega até mesmo a chantagear o rapaz, que aguenta passivo até o momento em que todos os espectadores esperavam – finalmente – uma reação do ofendido.
Não vamos prosseguir porque na história surge um novo fato que não podemos citar, para não cometer spoiler.
Mas é o que – finalmente – dá ao enredo um direcionamento diferente do que até então era uma situação quase única, apesar do bom ritmo: o marido o tempo todo lutando para recuperar o amor da mulher vítima de um caso grave de amnésia.
O desempenho dos atores é apenas mediano.
A fotografia convence.
Em alguns momentos, é ótima.
E a trilha sonoro foi bem escolhida.
Para Sempre é só para de vez em quando.
Dá para curtir um pouco numa tarde chuvosa em que o streaming acaba sendo, mais uma vez, uma das melhores opções.
Paige, a mulher que perdeu a memória, é interpretada por Rachel McAdams.
Leo, o marido, é interpretado por Channing Tatum.
Sogro e sogra são interpretados por Sam Neill e Jessica Lange.
Para Sempre (The Vow) é uma produção de 2012 em exibição na Amazon Prime.
Roteiro: Abby Kohn Direção: Michael Sucsy
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