A supremacia hollywoodiana está se enfraquecendo? Pode ser precipitado afirmar isso. Mas é incontestável que o cinema internacional amplia horizontes em razão de acontecimentos como a pandemia, que contribuiu para aumentar o alcance das plataformas de streaming.

Cinema internacional amplia horizontes com filmes como Parasita
Parasita, filme da Coreia do Sul

Filmes de países até então fora do radar, como Coreia do Sul e, inclusive, países árabes, têm sido reconhecidos e até premiados. E começam a ser assistidos cada vez com mais frequência, em razão das novas tendências de mercado.

Especialmente nos últimos anos, o cinema internacional amplia horizontes, com o aumento gradativo no reconhecimento do valor de novas opções.

São mais filmes estrangeiros recebendo indicações e prêmios em festivais de cinema e cerimônias de premiação internacionais.

Alguns exemplos de filmes e diretores internacionais que receberam atenção significativa incluem:

Parasita (Coreia do Sul, 2019) – Dirigido por Bong Joon-ho, que ganhou quatro prêmios na cerimônia do Oscar de 2020: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor roteiro original, Melhor Filme Internacional. Um filme que coloca, lado a lado, a abundância e a ausência de dinheiro

Filme Roma, em preto e branco, vencedor de vários prêmios

Roma (México, 2018) – Dirigido por Alfonso Cuarón, este filme em preto e branco recebeu 10 indicações ao Oscar e ganhou três prêmios, incluindo Melhor Diretor. Entre outros vários prêmios, recebeu também Leão de Ouro de Melhor Filme no Festival de Veneza. Acontecimentos inesperados começam a afetar a vida de uma família da classe média, controlada por uma mulher que trabalha como babá e empregada doméstica.

A Vida Invisível (Brasil, 2019) – Dirigido por Karim Aïnouz, recebeu o prêmio Un Certain Regard na edição de 2019 do Festival de Cannes. Rio de Janeiro, década 1940. Duas irmãs, que vivem sob rígido regime patriarcal, têm perfis completamente opostos e trilham caminhos diferentes.

O Apartamento (Irã, 2016) – Dirigido por Asghar Farhadi, ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2017. História dramática em que protagonistas se veem forçados a tomar decisões difíceis em família.

Esses filmes e muitos outros têm ajudado a ampliar o alcance do cinema internacional e a desafiar a supremacia de Hollywood.

Além disso, plataformas de streaming (Netflix, Amazon Prime, HBO Max, Globo Play, Disney+ e Paramount+) têm dado mais espaço para filmes internacionais e independentes, oferecendo acesso a produções cinematográficas que até então eram difíceis de serem encontradas.

É incontestável que a pandemia que assolou o mundo tem grande papel nesse novo cenário.

As pessoas não podiam ir ao cinema. Então, era preciso trazer o cinema até as nossas casas.

A propósito, isso é uma prova da força do cinema na vida de todos nós.

Cinema internacional amplia horizontes e Hollywood precisa se diversificar

O surgimento das plataformas de steaming tem que ser encarado como fato auspicioso, num tempo em que a comunicação pela internet aproxima fronteiras e facilita o conhecimento de outras culturas até então mantidas no limbo.

Sem contar que a própria cinematografia de Hollywood pode se beneficiar, diante do desafio representado pelo surgimento e fortalecimento de novas produtoras.

Como todo empreendimento, a indústria cinematográfica precisa se atualizar e se renovar.

É necessário adotar novas tecnologias e formatos de mídia, diversificar conteúdos e promover a diversidade em todos os níveis de produção.

Cinema internacional amplia horizontes e são muitas opções nas plataformas de streaming

Usando velhas fórmulas, muito focada no modo de vida norte-americano (american way off life) muitos filmes produzidos por Hollywood não traduzem a diversidade cultural dos países que hoje produzem cinema de qualidade, ainda que desprovidos dos recursos técnicos da produtora dos Estados Unidos.

Por isso mesmo, muitas produções têm final previsível. E muitos filmes usam e abusam dos chamados efeitos especiais.

Obviamente, isso agrada a uma boa parte do público, porque há público para todos os gostos.

Mas é preciso reconhecer que o cinema, além do seu lado recreativo, é também uma indústria cultural.

E não seria exagero dizer que a diversidade cultural do mundo merece estar nas telas dos que gostam de cinema e não o encaram apenas como diversão.

A história do cinema é rica demais. E a diversificação, seguramente, contribuirá para ampliar não apenas o seu alcance, como também o merecido reconhecimento como indústria de entretenimento e empreendimento cultural de inegável importância na vida de todos os povos.

Sobre o Autor

Gerson Menezes
Gerson Menezes

O objetivo do Autor não é o de concentrar-se na linguagem rebuscada do tecnicismo cinematográfico, mas de apresentar o que há de melhor (ou de pior) na filmografia nacional e internacional, e concentrar-se no perfil dos personagens. As análises serão sempre permeadas pela vertente do humanismo, que, segundo o Autor, é o que mais falta faz ao mundo em que violência e guerra acabam compondo o cenário tanto dos filmes como da realidade de inúmeros países, entre os quais o Brasil.

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