Não fossem os imprevistos que começam a acontecer da metade do filme em diante, Segunda-feira é quase sem graça para quem quer mais conteúdo.
Até chegar a essa metade, o filme se resume a transas entre os parceiros apaixonados e a personagens que arranjam todos os pretextos possíveis para se mostrarem como pessoas grosseiras, machistas e briguentas.
O americano Mickey (Sebastian Stan), que reside na Grécia há sete anos, conhece a conterrânea Chloe (Denise Gough) numa noite de verão em Atenas, onde ela passa apenas uma temporada.
Começam a já conhecida relação de amor à primeira vista, capazes de cometer loucuras após uma noite de amor, quando acordam nus na praia e a polícia aparece. Mas não é a única prisão.
Depois desse episódio na praia, passam a conviver e, após uma despedida que se transforma em convívio pretensamente duradouro, se mostram dispostos a brigar por um simples sofá do qual a namorada não pretende abrir mão.
De qualquer modo, isso não se transforma numa desavença diante da realidade de que seria impossível até mesmo transportar a peça da mobília para o apartamento onde vão morar.
A partir desse ponto, o filme se transforma numa enfadonha sequência de desentendimentos que certamente levam o espectador a se indagar se os gregos se resumem a pessoas grosseiras que brigam pelos motivos mais banais.
É preciso demonstrar boa dose de paciência para essa sequência de acontecimentos que beiram a impressão de que Segunda-feira é quase sem graça para se tornar digno de ser assistido.
Até que surge em cena a ex companheira de Mickey, igualmente grosseira a ponto de destratar Chloe durante uma rápida conversa, cuja presença de Mickey, segundo Chloe mesma previu, seria inconveniente.
Somente a partir desse ponto, embora o filme não se revele nenhum primor em matéria de criatividade ou de originalidade, as cenas deixam ao menos de se mostrarem tão previsíveis.
E vale o alerta: se você prefere assistir ao filme dublado, coloque também as legendas. Porque, em boa parte das cenas, as pessoas falam baixo, quase sussurrando, ou há música ao fundo.
Mas nunca se esqueça de que até hoje a Netflix demonstra não saber que é preciso mais do que meio segundo para conseguir ler as legendas.
Dirigido pelo cineasta grego Argyris Papadimitropoulos, o filme estreou no Brasil em fevereiro de 2022, mas já está nos cinemas mundiais desde setembro de 2020. Está no catálogo da Netflix como não recomendado para menores de 16 anos.
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