Tim Robbins no papel principal

A princípio parece ser mais uma produção destinada a mostrar as crueldades e injustiças de um sistema prisional como tantos espalhados ao redor do mundo. Mas, aos poucos, se percebe que Um Sonho de Liberdade é uma obra-prima que resiste ao tempo.

Com excelentes atuações de Tim Robbins como o prisioneiro condenado injustamente e de Morgan Freeman como seu melhor amigo e confidente na prisão, a qualidade dos intérpretes não se resume a esses dois mestres, pois todo o elenco tem ótima atuação.

Um Sonho de Liberdade é uma obra prima

Andy Dufresne (Tim Robbins) é um bem sucedido banqueiro que, ainda jovem, é condenado injustamente pelo assassinato de sua esposa e do amante dela.

Apesar de jurar inocência no tribunal, Andy passa a fazer parte dos submetidos ao típico prejulgamento segundo o qual “todo criminoso se diz inocente”. Ou seja: ninguém acreditaria que ele era inocente.

A sentença foi de duas penas de prisão perpétua (considerando a existência de duas vítimas), tendo como um dos fatos supostamente comprobatórios da condenação o sumiço da arma de fogo que ele teria usado para o crime.

Um Sonho de Liberdade é uma obra-prima que merece ser vista  até o final

Andy vai cumprir a pena na terrível penitenciária de Shawshank, no estado norte-americano do Maine, onde os prisioneiros são espancados e humilhados continuamente.

O mais tocante no filme é o fato de a penitenciária conseguir expressar toda a bestialidade humana, disfarçada tantas vezes de boas intenções.

Warden Samuel (Bob Gunton) dirige a prisão e representa a figura do falso cristão, que vive com a Bíblia debaixo do braço, costuma citá-la a todo momento e se revela claramente um homem cruel, cínico e corrupto.

guarda assassino

Entre os guardas, o mais violento é o capitão Byron Hadley (Clancy Brown), que se esmera em humilhar os presos e atua como o fiel capanga do corrupto Warden Samuel, ambos verdadeiros assassinos morais, e de fato.

Andy torna-se amigo de Ellis Boyd Redding, interpretado pelo já conhecido ator Morgan Freeman, parceiro do igualmente famoso Jack Nicholson no sucesso cinematográfico intitulado Antes de Partir (The Bucket List, no original).

Aos poucos, e apesar de destacar-se como o mais bem sucedido socialmente de todos os prisioneiros, e depois de sofrer violência por parte de uma verdadeira gangue de bandidos estupradores que tentavam a todo momento fazer-lhe uma emboscada, Andy acaba convivendo com os condenados que não demonstram o mesmo grau de animalidade que os agressores da prisão.

A par disso, começa a se destacar por sua formação, demonstrando conhecimento acadêmico e se encarregando de organizar a biblioteca da prisão.

Um Sonho de Liberdade é uma obra prima onde Tim Robbins faz o papel principal

Lançado em 1994, Um Sonho de Liberdade  (The Shawshank Redemption) é baseado no conto intitulado Rita Hayworth e a Redenção de Shawshank,   de autoria de Stephen King.

Depois que Andy se mostra um homem instruído e que poderia ser útil para levar adiante os projetos (que se revelam desonestos) do diretor da prisão, Warden Samuel, o diretor canalha transforma Andy em um serviçal para explorá-lo, sempre mantendo a pose de homem de bem, que de bem não tem absolutamente nada.

prisioneiros do inferno

Mal sabe o perigoso diretor da penitenciária que Andy não apenas é mais inteligente, como também muito mais esperto e astuto do que o próprio diretor, e de todos os que estão convivendo (em meio a amarguras, violências e chantagens) na prisão.

É se aproximando da metade para o final que o filme começa a revelar toda a capacidade de Andy de conquistar sua redenção. E o que ele fez acaba por surpreender a todos, incluindo seu amigo Elis Boyd.

Mas nem todo mundo (na verdade, ninguém) gosta de spoiler, não é mesmo.

Então, assista ao filme. Você vai gostar.



Um Sonho de Liberdade (The Shawshank Redemption)

Direção e roteiro de Frank Darabond, com base em conto literário de autoria de Stephen King.

País de produção: EUA

Ano de Lançamento: 1994

Com várias indicações ao Oscar, venceu o National Board of Review (1994) como melhor filme, melhor diretor e melhor ator coadjuvante (Morgan Freeman).

Em exibição: MAX

Sobre o Autor

Gerson Menezes
Gerson Menezes

O objetivo do Autor não é o de concentrar-se na linguagem rebuscada do tecnicismo cinematográfico, mas de apresentar o que há de melhor (ou de pior) na filmografia nacional e internacional, e concentrar-se no perfil dos personagens. As análises serão sempre permeadas pela vertente do humanismo, que, segundo o Autor, é o que mais falta faz ao mundo em que violência e guerra acabam compondo o cenário tanto dos filmes como da realidade de inúmeros países, entre os quais o Brasil.

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