Trauma (é dispensável)

O primeiro alerta é que existem inúmeros filmes com o mesmo título. O segundo alerta é que Trauma é dispensável.

Estamos falando do filme lançado em 2021, em exibição na Amazon Prime, que tem Brenna D’Amico no papel de April Davis.

O trauma e o namorado: vingança?

Depois de acordar de um grave acidente de carro, April procura superar o trauma e começa a ter alucinações e uma relação confusa com seu namorado.

No início, parece ser um filme que pode ser levado a sério. No entanto, a menos que você seja fanático(a) por filmes de mistério e suspense, certamente vai encontrar coisa melhor.

E, rigorosamente falando, Trauma é dispensável com chance de não ter sido, se a história tivesse melhor sequência.

April se envolve com o investigador

April e o seu irmão, Jax Davis, um errante viciado em maconha e em outras drogas, como cocaína, que não toma jeito na vida, começam se desentendendo porque a irmã, depois que os pais deles morreram, foi nomeada executora dos bens da herança.

April, na verdade, fica em vantagem em relação ao irmão, que abandona a reunião com o juiz e se retira, repentinamente, por se sentir injustiçado na partilha dos bens.

Ocorre que, apesar de parecer pessoa bastante responsável por ter sido escolhida como executora dos bens, April dirige de forma displicente, após ter bebido, e acaba se envolvendo em um grave acidente.

As previsões sobre a recuperação de April (foto), apresentadas pelo médico ao irmão dela, que corre até o hospital após saber do acidente, são as piores possíveis.

O médico diz a Jax que já pode ser considerado um milagre que April esteja viva. E que, caso se recupere, o provável é que passe, por um bom tempo, a ter alucinações e a sofrer de ansiedade, vertigens e amnésia retrógrada.

Surge então Robert, que se apresenta a Jax (foto a seguir) como namorado de April.

Robert diz a Jax que ele pode fazer a viagem que tinha programado, porque passará a cuidar da namorada até que ela se recupere plenamente.

Jax é o irmão viciado no filme Trauma, dispensável devido ao fraco roteiro

April acorda milagrosamente, alguns dias após passar por cirurgia, e passa a receber a visita de Robert, que, com frequência, se comporta de forma estranha, inventando desculpas seguidas por seu comportamento.

Ocorre que, antes do acidente, April havia estado em companhia de outro homem, com quem bebeu num restaurante, de onde saiu para a reunião com o juiz e o irmão.

Pouco tempo depois, ainda no hospital e após recuperar a consciência, April recebe a visita de dois policiais.

Eles investigam as causas do acidente e dizem a ela que foram encontrados vestígios de bebida alcoólica em seu sangue, deixando a entender que ela pode vir a ser responsabilizada pelo acidente.

A partir daí, a trama, que aparentemente iria se desenvolver como um drama social e familiar em torno das circunstâncias até então apresentadas, se transforma em suspense mal digerido para quem assiste.

O desempenho do elenco varia de mediano a sofrível. E o desenrolar do filme não oferece nada além do que se pode esperar de um roteiro que se resume a cenas de imprevistos, sustos e alucinações que deixam a própria April confusa.

Ela não sabe se tudo o que vê é real ou se está ficando louca. E começa a desconfiar, também, das atitudes do namorado, que parece ter algo contra ela.

A ideia, em princípio, parece ser boa para resultar em um filme que teria muitas questões a levantar e a desenvolver.

Mas se apequena sucessivamente, limitando-se a uma sequência fraca e confusa, que deixa o espectador meio perdido diante do desfecho.