Dona Flor e Seus Dois Maridos, filme brasileiro de 1976, dirigido por Bruno Barreto, é baseado no romance homônimo de Jorge Amado. E novamente temos como destaque a consagrada Sônia Braga, que faz uma Dona Flor e Seus Dois Maridos amados a seu modo, fiel à obra do escritor baiano
A história se passa em Salvador (Bahia). Dona Flor é uma viúva que se casa novamente com um médico bem-intencionado e sensato, porém entediante, chamado Teodoro, logo depois de perder o primeiro marido.
Mas ela não consegue se esquecer de Vadinho, um malandro carismático e viciado em jogo e em mulheres, que era o oposto de Teodoro. E com o qual vive sonhando… inclusive acordada…
O nome já diz tudo: Vadinho é um vadio, que se delicia com festas, baladas e jogatinas. E, certamente, na cama é muito diferente de Teodoro, o novo marido da viúva, que lhe transmite segurança e estabilidade, mas não o que Vadinho lhe oferecia…
O filme explora o conflito interno de Dona Flor ao se dividir entre o amor e a paixão que sente pelo espírito e pela memória de Vadinho e a segurança e estabilidade que Teodoro representa.
Para dividi-la em seu dilema, Vadinho retorna do mundo dos mortos para atormentar Dona Flor, que agora precisa lidar com dois maridos, um vivo e um morto.
Dona Flor e Seus Dois Maridos foi um grande sucesso de bilheteria no Brasil, sendo um dos filmes mais assistidos e comentados da década de 70.
Foi muito bem recebido pela crítica especializada, que elogiou a adaptação do livro de Jorge Amado, a atuação dos atores, a direção de arte e a trilha sonora.
O filme recebeu várias premiações nacionais e internacionais, incluindo o prêmio de melhor atriz para Sônia Braga no Festival de Gramado.
Dona Flor e seus dois maridos amados teve nova versão para a TV
A primeira filmagem de Dona Flor e Seus Dois Maridos fez tanto sucesso que acabou ganhando uma nova versão em formato de minissérie, em 2017, produzida pela Rede Globo e dirigida por Pedro Vasconcelos.
A trama é baseada no mesmo livro de Jorge Amado e mantém a ambientação em Salvador, mas com algumas adaptações e atualizações para tentar se adequar ao contexto mais atual de exibição.
A minissérie conta com a veterana Juliana Paes no papel de Dona Flor, Leandro Hassum como Vadinho e Marcelo Faria como Teodoro.
Também teve boa receptividade do público e da crítica, destacando-se pela produção e pelo elenco bem entrosado.
No entanto, a minissérie perdeu um pouco do charme e da irreverência do filme original, especialmente por tentar ser mais fiel ao livro em alguns aspectos.
É indispensável lembrar que cada veículo tem sua linguagem própria.
Adaptar um livro para as telas de cinema exige roteirização que o adeque a essa nova linguagem, em que a imagem se torna uma exigência diante da linguagem representada pelo texto.
Isto é sentido – com frequência – pelos escritores, que normalmente reagem como se suas obras tivessem sido desvirtuadas.
João Ubaldo Ribeiro, por exemplo, refletiu essa preocupação quando seu livro O Sorriso do Lagarto foi transposto para as telas da TV.
A minissérie foi exibida pela TV Globo em 1991 e teve que adaptar-se, obviamente, à linguagem televisiva.
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